Economias “em torno” do processo Saúde/Doença
O fato de o setor de saúde direcionar a maior parte de seus recursos à assistência de quem perdeu a saúde (adoeceu) geralmente é priorizada pelo caráter humanitário de assistir quem sofre. No entanto, maior caráter humanitário seria ajudar as pessoas não adoecerem, ou lógica da prevenção das doenças. E ainda, outra abordagem pouco conhecida dos leigos é a promoção de saúde que representa a possibilidade de ir muito além de não adoecer (conceito negativo de saúde = saúde como ausência de doença) e viabilizar o conceito positivo de saúde que representa maior qualidade de vida, felicidade, equilíbrio e bem-estar bio-psico-socio-eco-espiritual integrativo. Na prática profissional e
das políticas públicas de saúde pouco se investe nesta última. Os avanços tecnológicos da medicina são fundamentais e bem-vindos para aliviar o sofrimento humano. Entretanto, não podemos perder de vista que a terapêutica é apenas a resposta reativa ao desvio patológico gerador de doenças (patogênese) dentro do espectro contínuo da Saúde-Doença. Desta maneira, todos os esforços de uma sociedade para recuperar a saúde perdida gera o que podemos chamar de uma economia terapêutica ou economia da doença. Infelizmente, como toda economia se sustenta no consumo e venda de produtos e serviços, nesta abordagem vemos as pessoas doentes, chamadas de pacientes, no Sistema Único de Saúde chamadas de usuárias e nos sistemas de saúde suplementar chegam a ser chamados também de clientes. Isso para mim é uma distorção grave e insustentável, pois se lucra mais com mais doentes. Precisamos cada vez mais que tanto os profissionais de saúde e principalmente a população tenham consciência do desvio positivo da saúde, que representa o processo gerador de saúde ou salutogênese, termo proposto em 1979 por Aaron Antonovsky. Também destaco o modelo do continuum doença-saúde proposto em 1972 pelo médico John W. Travis.
Se a população e os profissionais de saúde começarem a priorizar o bem-estar e o estilo de vida salutogênico começaremos criar um novo tipo de economia que podemos chamar de economia do bem-estar ou economia da saúde que é mais sustentável e ética. O Instituto Ideia Ambiental promove a economia da saúde ao incentivar a saúde planetária integrada com saúde populacional como resultado da responsabilidade pela implementação de políticas públicas, negócios, hábitos e comportamentos salutogênicos úteis no contexto pessoal, sociocultural e ambiental.
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